O brincar de si no fazer manual

um propósito: investigar, legitimar, perceber, atuar através das artes-manuais

Como produzir o querer, o sentir o pensar através da construção de um brinquedo que dispare o dispositivo Ativo do Ser?

Papel crepom, cantiga de roda, flauta de mamoeiro, folha de seda e cola, construir o brinquedo através de uma filosofia de vida que constrói o Brincante.

É possível educar a criança e também educar-se, encontrar a oportunidade de ser criativo na arte da vida de modo que não seja preciso nem copiar nem se submeter?

Ah, bruta flor do querer

Onde queres revólver, sou coqueiro
Onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta

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“É pelo impulso lúdico que somos verdadeiramente livres”

Você já pensou nisso?

E onde voas bem alta, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão

Como não produzir apenas utilidades (mecanicidade)? como produzir arte (s) com alegria, com alma, com corpo?!

Ah! bruta flor, bruta flor

Ah, bruta flor do querer

“… É no brincar, e talvez apenas no brincar, que a criança ou o adulto fruem na sua liberdade de criação”, e completa: “é no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral: e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu…” (Winnicott)

O quereres e o estares sempre a fim
Do que em mim é de mim tão desigual
Faz-me querer-te bem, querer-te mal
Bem a ti, mal ao quereres assim
Infinitivamente pessoal
E querendo querer-te sem ter fim
E, querendo-te, aprender o total
Do querer que há e do que não há em mim

Ah! bruta flor, bruta flor

Ah, bruta flor do querer

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escrito por Vera Souza